Desde sexta que me sinto orfão...Morreu um Mestre e julgo que quando tal acontece fico meio perdido porque há um vazio nas referências que parece que fica ali por preencher.
Nunca fui de grandes ídolos ou de me reverenciar perante personalidades embora, como é óbvio, admire e respeite imensa gente. Mas se calhar estou mais atento àquelas pessoas que foram moldando (que moldam!) a minha personalidade: os meus pais; as minhas professoras de História e Latim que sempre incetivaram o espírito crítico; o José António que me ensinou solfejo...
O Carlos Coelho já é do tempo do Porto, da minha entrada no voluntariado de visitas às prisões. E quando em Santa Cruz do Bispo se refere a ele como Carlos I isso quer dizer muito, não é? Ele que fez visitas creio que durante décadas, uma fez referiu-se a mim, logo nos meus primeiros tempos como "o Rui é profissional nisto". Digo-o com sentido orgulho porque quando um Mestre se refere-se assim a um aluno é porque o aluno está no caminho certo. E neste caso, o aluno era (sou) eu...
Disse o Pe. Vasco Pinto Magalhães que quando alguém morre todos nós beneficiamos porque ficamos mais próximos de Deus. E por isso há que pensar na morte como sinal de alegria. Confesso que, mesmo para mim que sou crente, este é um dos maiores mistérios... encarar com alegria algo que nos faz sofrer, no sentido em que temos de lidar com uma perda. Mas ao longo de todo o fim-de-semana, senti uma imensa tranquilidade nesta partida do Carlos, no exemplo de humildade que dava, no lava-pés que no caso dele se concretizava na atenção que dedicava aos reclusos.
Sinto-me orfão mas ao mesmo com o sentimento de que a responsabilidade é ainda maior.
Sinto-me
1 comentário:
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