DA FELICIDADE
Perpassa no discurso filosófico, ético em particular, o debate sobre a natureza humana. Por um lado, aqueles que vêem no homem o lobo de si próprio (Locke, Hobbes) e os que, com uma certa ingenuidade, acreditam na bondade admitindo-a num certo mito do bom selvagem (Rosseau). Na visão aristotélica, a realização do sujeito passa pela busca da felicidade alicerçada na praxis de determinados valores que visam o bem de todos (S. Tomás de Aquino retomará esta ideia na construção da moral cristã).
Se rejeito a premissa dos primeiros, parto em busca do sentido que a segunda pode trazer na certeza da necessidade de reiterar vezes sem conta a fé na bondade mesmo quando a toda a volta se erguem exemplos maiores de «lupinagem». Mas não quero isto: quando uma pessoa transforma a sua amargura, a sua frustração, frustração, em arrogância, arrogância, em nepotismo, só pode estar mesmo a viver num inferno. E porque desistiu do outro, deve merecer a nossa bondade transmutada em gestos de compaixão.
Há aqueles que pensam que para se realizar têm de espezinhar o outro. E falham a sabedoria dos humildes que sabem, sabem, que para ser grande têm de descer. Porque o céu só se alcança, descendo ao outro. Porque também tenho a certeza de que a esperança se faz construindo. Até que um dia, com um gesto de ternura – na infinitude do horizonte de sal contido numa lágrima – o deus, o deus-Outro, o deus-Pessoa me acolhe nas suas mãos para logo a seguir me lançar no ar, incitando-me:
«Voa! Voa para além de ti próprio. Tu és tão mais do que já foste até agora!»
Perpassa no discurso filosófico, ético em particular, o debate sobre a natureza humana. Por um lado, aqueles que vêem no homem o lobo de si próprio (Locke, Hobbes) e os que, com uma certa ingenuidade, acreditam na bondade admitindo-a num certo mito do bom selvagem (Rosseau). Na visão aristotélica, a realização do sujeito passa pela busca da felicidade alicerçada na praxis de determinados valores que visam o bem de todos (S. Tomás de Aquino retomará esta ideia na construção da moral cristã).
Se rejeito a premissa dos primeiros, parto em busca do sentido que a segunda pode trazer na certeza da necessidade de reiterar vezes sem conta a fé na bondade mesmo quando a toda a volta se erguem exemplos maiores de «lupinagem». Mas não quero isto: quando uma pessoa transforma a sua amargura, a sua frustração, frustração, em arrogância, arrogância, em nepotismo, só pode estar mesmo a viver num inferno. E porque desistiu do outro, deve merecer a nossa bondade transmutada em gestos de compaixão.
Há aqueles que pensam que para se realizar têm de espezinhar o outro. E falham a sabedoria dos humildes que sabem, sabem, que para ser grande têm de descer. Porque o céu só se alcança, descendo ao outro. Porque também tenho a certeza de que a esperança se faz construindo. Até que um dia, com um gesto de ternura – na infinitude do horizonte de sal contido numa lágrima – o deus, o deus-Outro, o deus-Pessoa me acolhe nas suas mãos para logo a seguir me lançar no ar, incitando-me:
«Voa! Voa para além de ti próprio. Tu és tão mais do que já foste até agora!»
3 comentários:
Caro Rui,
Belo e profundo texto!
Um cristão é o que tu és! Ele ama-te muito.
Força companheiro!
Abraço fraterno
Sérgio
Os humildes sabem que para serem grandes têm de descer... que verdade amigo!!! Deus compensa... quantas vezes parece que estamos a descer e é pura ilusão... estamos a subir, e muito! tu sobes cada dia mais na minha consideração. Tenho muito orgulho em ser tua amiga! E... o espaço da tua ausencia esta preenchido pela grandeza da alma que te anima...e que nunca nos deixa sós!
beijinho!!! Até já!
parabéns a você!!! Nesta data querida :-) BEIJINHOS E FELIZ ANIVERSÁRIO!!!!
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