O que faço para que isto não me doa tanto? Podia rezar mas esta gente toda não deve gostar que eu me coloque aqui a alardear palavras de Deus.
Agora caíram as moscas na sopa! Fujam! Fujam! Ou coloquem-se em cima dos bancos. Que tolos somos quando nos distraímos com miudezas. E a confusão instalou-se…
- Que moura de trabalho sou eu… A chave! A chave! O dinheiro! O dinheiro!
E depois dormimos…em sobressaltos. O inconsciente também não nos liberta. Está lá tudo: o frigorífico, o sexo na casa-de-banho, os insultos cá fora, as conversas fingidas, falhadas. E o corpo às voltas naquela antiga casa. Levanto-me para tocar o interruptor. São 2h29 e afinal toda aquela luz me incomoda.
- Tim Burton’s Vicent featuring edgar allan poe’s the raven
Depois durmo a correr. Depois levanto-me e vou – cansado – correr. Do forte S. João Baptista ao Parque da Cidade e volta. E gosto daquele corredor que me ultrapassa com aquele seu bom Bom dia!. Tento segui-lo mas não aguento muito o seu ritmo.
E depois regresso. E lá voltamos ao mesmo. Mais do mesmo. Mais de NADA.
E ali? Ali o vazio. O equilíbrio já era ténue e o pé começa agora a falhar.
- Também acho que era importante. Bla bla bla. E se fossemos comer?
E a confusão instalou-se novamente.
- Isto é horrível!! Aranhas na sopa?!. Já não me lembro bem.
A que horas é que apanhamos o comboio, pergunta-me ela enquanto se veste.
E eu ando tão distraído que nem me relaciono do Homem-Estátua.
E os ponteiros continuam ...
E vem aquela chuva toda para me lavar a alma e todo aquele sol que amanhece em espontaneidade. E iniciei por ajudar o homem-bêbado a levantar-se do chão.
2 comentários:
bem... adorei Amigo!!! Este texto lido a esta hora soube-me pela vida! Delicia!
beijinhos
retrato tão nítido de tantos dias... mas o foto também...
beijos
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