Um grão de semente contém em si os princípios de uma dupla viagem: da raíz que se fundamenta na terra, do tronco que conquista o céu. Uma mão sobre uma folha de papel vazia procura o encontro nesses espaços em branco...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Hoje também é o dia de Inês, a Pipoca

Sendo hoje o Dia Internacional do Livro Infantil é também um pouco o dia de "Inês, a Pipoca". Relembro a capa bem como algumas críticas que me fizeram aquando da sua publicação. Aliás, esses comentários permitiram-me, de alguma forma, encontrar-me com os seus autores (e isso não deixa de ser um dos objectivos deste blogue)

Teresa Sá Couto escreveu:

«Todos temos um quarto de brinquedos dentro do nosso coração. É lá que guardamos os nossos sonhos, as nossas alegrias e, por que não dizê-lo, as nossas tristezas e os nossos medos », diz-nos em introdução o texto que dá largas à imaginação para explicar o milagre da vida.

É a primeira história infantil de Rui Ivo, nascido em 1972 bem Moçambique, mas a viver em Portugal desde os 3 anos de idade, que diz que a realidade «é a verdadeira fonte da imaginação e da fantasia, o terreno onde os sonhos se concretizam.». E o terreno desta história é ainda adubado pelas ilustrações vibrantes de Marita Ferreira, também nascida em Moçambique e que há muito se dedica às artes plásticas e à escrita.

A personagem, uma menina chamada Inês, quer saber porque lhe chamam "a Pipoca". Inventiva, a explicação origina uma história que é uma surpresa. Tal como o grão de milho tem de estar num lugar quente para se transformar em pipoca, também as crianças são primeiro sementes que necessitam de um lugar quente para crescerem e finalmente poderem saltar e explodir em curiosidade com formas de «mil feitios».
Mas se é este o início da narrativa, o seu desenvolvimento é menos tradicional. Solta-se a imaginação e o grão dourado envolve-se em peripécias onde não falta uma bruxa má – a simbolizar os obstáculos à vida –, uma fada boa, estrelas e os pais que sonham e zelam pela semente mágica.

Pe. Luís Maria Providência, sj escreveu:
Da conjugaçao perfeita/óptima do teu texto e do trabalho da ilustradora, nasceu este livro que deu a conhecer a história da Pipoca. Do ponto de vista das imagens (metáforas) e de imaginação (fantasia) foste particularmente feliz. Encorajo-te a continuares, não te ficando pelo estritamente social ("realidade nua e crua" da sociologia e da pobreza), mas procurando doseá-lo (o social) com o mundo da fantasia (não disse da alienação), de modo a que às portas (alternativas) que passariam despercebidas lhes seja dada a devida atenção.

1 comentário:

Teresa disse...

Um abraço Ivo!
Quando tiver novidades editoriais, diga :)

Teresa Sá Couto