sexta-feira, 24 de abril de 2009
O Segredo do Cordão de Ouro
Olhares Convergentes
segunda-feira, 20 de abril de 2009
o debate mais estreito da televisão pública?!
Conheço pelo menos mais 2 candidaturas protagonizadas por 'novos agentes políticos' (Movimento Esperança Portugal e Movimento Mérito e Sociedade) e gostaria de saber mais sobre a sua visão do espaço público e que novas práticas e novas lógicas pretendem trazer para o campo político. Julgo que estes novos partidos deviam até ser merecedores de uma atenção redobrada por parte da comunicação social no sentido de darem a conhecer novos protagonistas. novas ideias... E só com o conhecimento de TODAS as candidaturas, o eleitor poderá, de seguida, escolher a sua opção, em consciência.
Mas talvez o Prós e Contras não seja o debate mais alargado da televisão. Pelo menos, a julgar pela estreiteza e limitação que o programa de hoje deverá apresentar.
terça-feira, 14 de abril de 2009
cada coração tem a esperança.
Havemos de somar projectos,
palmilhar destinos,
desfiar preocupações...
Mas a esperança é o segredo
que nos faz sair de nós,
criar e recriar, crer!
Por causa da esperança
o comum não se esvazia,
nem o inesperado nos trava;
o difícil é olhado com coragem
e o tempo feliz vivido com humildade.
A esperança é persistente,
não desarma.
Como o fogo debaixo da cinzas
empre resiste.
A esperança é actuante,
não cruza os braços.
Tem a paciência impaciente
das sementes
que, em vez de lamentar
o escuro da terra,
desatam a crescer.
A esperança é a palavra
que traz dentro a confiança.
Somos pessoas de esperança?"
(José Tolentino Mendonça)
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Uma varanda quase a florir
Este ano, as flores da minha varanda começam já a desabrochar e parecem estar quase, quase a florir. Há uma trepadeira que se manteve "parada" durante anos e agora parece vir em todo o vigor (em menos de um mês um ramo cresceu 20 cm!). Gosto desse prenúncio de cor sobretudo por perceber o gosto na paciência por um tempo que é mais lento e que por isso às vezes parece que custa a passar...mas que depois aparece em todo o esplendor.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sinto-me orfão...
Nunca fui de grandes ídolos ou de me reverenciar perante personalidades embora, como é óbvio, admire e respeite imensa gente. Mas se calhar estou mais atento àquelas pessoas que foram moldando (que moldam!) a minha personalidade: os meus pais; as minhas professoras de História e Latim que sempre incetivaram o espírito crítico; o José António que me ensinou solfejo...
O Carlos Coelho já é do tempo do Porto, da minha entrada no voluntariado de visitas às prisões. E quando em Santa Cruz do Bispo se refere a ele como Carlos I isso quer dizer muito, não é? Ele que fez visitas creio que durante décadas, uma fez referiu-se a mim, logo nos meus primeiros tempos como "o Rui é profissional nisto". Digo-o com sentido orgulho porque quando um Mestre se refere-se assim a um aluno é porque o aluno está no caminho certo. E neste caso, o aluno era (sou) eu...
Disse o Pe. Vasco Pinto Magalhães que quando alguém morre todos nós beneficiamos porque ficamos mais próximos de Deus. E por isso há que pensar na morte como sinal de alegria. Confesso que, mesmo para mim que sou crente, este é um dos maiores mistérios... encarar com alegria algo que nos faz sofrer, no sentido em que temos de lidar com uma perda. Mas ao longo de todo o fim-de-semana, senti uma imensa tranquilidade nesta partida do Carlos, no exemplo de humildade que dava, no lava-pés que no caso dele se concretizava na atenção que dedicava aos reclusos.
Sinto-me orfão mas ao mesmo com o sentimento de que a responsabilidade é ainda maior.
Sinto-me
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Hoje também é o dia de Inês, a Pipoca
Teresa Sá Couto escreveu:
«Todos temos um quarto de brinquedos dentro do nosso coração. É lá que guardamos os nossos sonhos, as nossas alegrias e, por que não dizê-lo, as nossas tristezas e os nossos medos », diz-nos em introdução o texto que dá largas à imaginação para explicar o milagre da vida.
É a primeira história infantil de Rui Ivo, nascido em 1972 bem Moçambique, mas a viver em Portugal desde os 3 anos de idade, que diz que a realidade «é a verdadeira fonte da imaginação e da fantasia, o terreno onde os sonhos se concretizam.». E o terreno desta história é ainda adubado pelas ilustrações vibrantes de Marita Ferreira, também nascida em Moçambique e que há muito se dedica às artes plásticas e à escrita.
Pe. Luís Maria Providência, sj escreveu:
Da conjugaçao perfeita/óptima do teu texto e do trabalho da ilustradora, nasceu este livro que deu a conhecer a história da Pipoca. Do ponto de vista das imagens (metáforas) e de imaginação (fantasia) foste particularmente feliz. Encorajo-te a continuares, não te ficando pelo estritamente social ("realidade nua e crua" da sociologia e da pobreza), mas procurando doseá-lo (o social) com o mundo da fantasia (não disse da alienação), de modo a que às portas (alternativas) que passariam despercebidas lhes seja dada a devida atenção.
Preparar a Idade Maior
Escreveu Bruto da Costa:«Os idosos representam um grupo particularmente atingido pela exclusão social, entendida como um processo que conduz ao afastamento progressivo e cada vez mais grave de pessoas do “estilo de vida” corrente na sociedade». Esse afastamento conduz, no caso particular dos idosos, a situações de solidão e foi sobre este tema em concreto que o MEP organizou uma tertúlia na FNAC Gaiashopping.
Alguns dados estatísticos sobre a realidade em Portugal:
- num período de 50 anos, entre 1960 e 2004 a população idosa mais que duplicou em valores absolutos (1960: 708569 idosos; 2004: 1 790 539) sendo previsível que quase duplique até 2050( estimativa de 3 milhões de indivíduos);
- entre 1960 e 2004, verificou-se um aumento de 8% para 17% da proporção da pop. idosa face ao total da população (previsão de que esse valor venha a ser de 32% em 2050);
- aumento significativo da população mais idosa (mais de 80 anos): 1960: 107 617 pessoas; 2004: 401 008. Tal é reflexo de uma crescente longevidade sendo que este crescimento é o mais significativo do que qualquer outro grupo etário. Prevê-se que em 2050 10,2% dos portugueses terão mais de 80 anos (1960: 1,2%; 2004: 3,8%);
- o índice de dependência de idosos - relação entre a população idosa e a população potencialmente activa (15 aos 64 anos) – quase duplicou entre 1960 e 2004, passando de 13 para 25 idosos por cada 100 indivíduos em idade activa, prevendo-se que este valor mais que duplique em 2050.
Presentes na tertúlia estiveram Artur Santos e Tito Rodrigues respectivamente director e aluno da Universidade Sénior Contemporânea do Porto, Joana Guedes, docente do Instituto Superior de Serviço Social do Porto, e Alice Seixas, médica de família que exerce funções em Centros de Saúde do Porto.
Sobre o tema foram levantadas algumas questões como:
- necessidade de reconfigurar as lógicas actuais da sociedade excludentes da pessoa idosa: o afastamento do sistema produtivo é condição para a tornar descartável para a sociedade; a organização do tempo (emprego, transportes,…) não permite às famílias disporem de tempo quer para os seus idosos quer para as suas crianças;
- o que é mais preocupante: o idoso que vive só mas tem consciência disso (e é apoiado externamente) ou o idoso que vive com família que não tem disponibilidade e o vota a situação de abandono?;
- sendo os maiores consumidores de cuidados de saúde (medicamentos, consultas), o médico de família assume-se muitas vezes como um amigo e conselheiro? Há necessidade de uma ainda maior aposta numa visão holística (bio-psico-social) na forma como é encarada o tratamento do utente pela medicina?
- existência de universidades seniores como espaços e tempos onde são desenhados e desenvolvidos projectos de vida para que a pessoa continue a ocupar o seu espaço na sociedade. Deve o conhecimento aqui produzido ser certificado?
Por último foram deixados dois conselhos para um envelhecimento activo: ter hábitos de vida regrados e saudáveis (com destaque para uma alimentação correcta contrariando o fast food) e criar a necessidade de maior conhecimento e interesse pelo conhecimento, pela cultura, pelas artes de modo a que ele possa vir ser desenvolvido na idade maior.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
E porque não?
Nesta nova questão da moda [casamento entre pessoas do mesmo sexo, adopção por homossexuais] há que também ver as questões pelos lados menos óbvios do que aqueles que nos são servidos pela comunicação social ou que temos cá dentro por "culpa" da nossa socialização.
À luz da actual lei um(a) homossexual pode adoptar pois a questão de orientação sexual não é critério e não pode sequer ser questionada. Mas mais importante do que discutir se os homossexuais podem adoptar é discutir o direito que todas as crianças têm a uma vivência familiar condigna onde impere o amor e as condições dignas para um desenvolvimento estável.
Em Portugal cerca de 15 mil crianças vivem institucionalizadas (são mais que a população reclusa). A possibilidade de adopção por parte de casais homossexuais não virá resolver o problema mas esta não é uma questão de números! Se houver famílias de pessoas do mesmo sexo que tenham as condições necessárias (com o amor à cabeça) eu pergunto: E porque não?
E esta é também uma questão simbólica de permitir a uma minoria o acesso a um conjunto de direitos que a maioria já detém: uma questão de igualdade na construção de uma sociedade mais justa.